Por: Pedro Corzo - 17/03/2025
Colunista convidado.Há pessoas cuja obra deixa marcas indeléveis, e entre esses traços que deixam a posteridade orgulhosa estão os de Lincoln Diaz Balart, um homem que honrou a nacionalidade de dois países ao longo de sua vida.
Lincoln era um homem de profundo comprometimento cívico, uma responsabilidade que pode ser vista em suas atividades, nas quais ele expressava seu senso de obrigação para com Cuba e os Estados Unidos, mas ainda mais profundamente para com as pessoas que enfrentavam injustiças causadas por todas as ditaduras, particularmente aquelas do tipo Castro-Chávez sofridas por Cuba, Nicarágua, Bolívia e Venezuela.
Lincoln nasceu em Havana e, como tantos outros cubanos de 1959 até o presente, deixou sua terra natal na infância, mas nunca perdeu sua identidade.
Forjaram-no no amor à pátria, um amor que, como escreveu o apóstolo José Martí, “O amor, mãe, à pátria não é o amor ridículo à terra, nem à erva que pisamos. É o ódio invencível daqueles que a oprimem, é o ressentimento eterno daqueles que a atacam.”
Lincoln cumpriu integralmente esta máxima do apóstolo. Ele nunca cessou seus esforços para combater o totalitarismo de Castro. Ele colocou seu talento e dedicação a serviço desses ideais e foi eficaz em sua gestão.
Ele era um político de sucesso. Interpretou sabiamente seus eleitores, mantendo com eles uma relação próxima. Também soube selecionar uma equipe de colaboradores, entre os quais se destacava Ana Carbonell, mulher de grande talento e caráter.
Sua primeira nomeação foi como membro do Partido Democrata, onde ocupou vários cargos de liderança, incluindo presidente do Miami-Dade County Young Democrats e do Florida Young Democrats. Mais tarde, ele serviu no comitê executivo do partido do condado. Em 1985, ele mudou de partido, juntando-se ao Partido Republicano junto com vários membros de sua família.
Em 1986, foi eleito para a Câmara dos Representantes da Flórida até 1989, quando foi transferido para o Senado Estadual até 1992. Posteriormente, foi eleito para a Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, onde serviu até 2011.
Lincoln Diaz Balart foi o segundo congressista federal de exilados cubanos. Ele foi precedido por uma cubana que nos deixa orgulhosos, Ileana Ros Lethinen, eleita em 1989, tornando-se a primeira hispânica a servir na Câmara dos EUA.
Eles eram dois congressistas particularmente ativos, filhos de dois cubanos de sangue puro, Enrique Ros e Rafael Diaz Balart, respectivamente. Esses dois congressistas definiram o padrão para Cuba na política dos EUA. Foi uma era de ouro para nossa luta no exterior, com a causa da ilha ocupando uma posição prioritária.
Não houve servo do totalitarismo que não tenha sido severamente confrontado por esses paladinos. Eles trabalharam intensamente pelo retorno da democracia a Cuba, um feito que acredito que todos os exilados são obrigados a reconhecer, independentemente de suas simpatias partidárias.
Em 2003, ela foi membro fundadora do Congressional Hispanic Leadership Institute, uma organização bipartidária que promove a diversidade e inspira novas gerações de líderes hispânicos. Em 2011, ela fundou o White Rose Institute em memória de seu pai, Rafael, cujo propósito é apoiar a construção de uma Cuba democrática, outro exemplo de seu compromisso duradouro com a ilha.
Lincoln, além de defender os melhores valores e tradições americanas, demonstrou uma séria preocupação com a liberdade e a melhoria das condições de vida dos cidadãos ao promover leis históricas como a aprovação da Lei de Ajuste Nicaraguense e Ajuda à América Central (NACARA), em 1997, e a codificação do embargo dos Estados Unidos contra Cuba, em 1996, condição que exige a libertação de todos os presos políticos e que eleições multipartidárias sejam marcadas em Cuba antes que as sanções americanas possam ser levantadas, características que acabariam com a essência do regime totalitário.
Lincoln Diaz Balart cumpriu plenamente um dever que todos somos obrigados a cumprir: ser um bom cidadão.
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