Socialismo, onde a pobreza e a escravidão são negócios

Hugo Marcelo Balderrama

Por: Hugo Marcelo Balderrama - 01/12/2024

Colunista convidado.
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Em 1960, Fidel Castro confiscou activos de companhias petrolíferas norte-americanas e muitas empresas privadas de cidadãos cubanos. Em 1961, o Presidente John F. Kennedy emitiu uma ordem executiva implementando o embargo em resposta às ações da ditadura cubana, que, além do roubo de propriedade privada, se tinha alinhado com a União Soviética.

Naquele momento, Castro basicamente comemorou as ações do governo dos Estados Unidos, uma vez que “libertaram” Cuba do fardo do capitalismo americano.

Esta retórica continuou até a década de 1980. Por exemplo, os comunicados de imprensa do jornal Granma e os discursos de Fidel Castro enfatizaram a redução da influência da economia norte-americana no mundo. Manchetes como: “A economia imperialista está a retirar-se de África e da América Latina”, encheram as páginas do jornal oficial cubano, sem falar nas horas que este tipo de notícias ocupava nas estações de rádio e televisão do regime.

Isto é, enquanto durou o subsídio soviético, a ditadura de Castro ficou feliz sem negociar com os Estados Unidos. Porém, quando Castro percebeu o colapso iminente do Urso Russo, começou a usar o discurso do bloqueio. A ideia central era definir a sua responsabilidade pela pobreza sofrida por milhões de cubanos e, ao mesmo tempo, extrair dinheiro dos ingénuos e crédulos governos ocidentais.

Para ser honesto, funcionou muito bem, porque vários governos e grupos empresariais europeus caíram na armadilha e tornaram-se patronos de Havana. Assim, no final de 1998, mesmo depois do discurso de Fidel contra a Espanha, das 650 empresas estrangeiras acreditadas em Cuba, 180 eram espanholas e os pedidos de investimento aumentavam dia a dia, especialmente de grupos hoteleiros em busca da oferta turística do quase. chaves virgens. Da mesma forma, os hotéis de investimento espanhóis tornaram-se centros de irradiação da vida social de Havana, especialmente o Habana Libre e o Cohiba Meliá, e a bela praia de Varadero, na província de Matanzas. Ao mesmo tempo, mais de vinte universidades espanholas assinaram acordos de complementação acadêmica com Cuba.

Vários grupos de exilados cubanos na Florida e noutras partes do mundo denunciaram algo que mais tarde se tornou evidente: todo aquele fluxo financeiro não ajudaria os cubanos comuns, mas sim o regime.

As coisas funcionaram mais ou menos assim: os empresários hoteleiros trouxeram capital para a ilha. Por sua vez, Fidel forneceu mão-de-obra que, especialmente em comparação com a mão-de-obra europeia, era muito barata para os empregadores. Porém, o truque era que não eram os funcionários do hotel que arrecadavam os salários, mas sim a ditadura, e depois davam-lhes 20%. Ou seja, para cada 10 dólares que um cubano ganhava trabalhando para redes hoteleiras espanholas, Fidel tirava 8 delas.

No início do século XXI, os governos da Venezuela, Equador, Argentina, Nicarágua, México, Brasil e Bolívia, que colocaram toda a sua política externa e interna ao serviço do castrismo, começaram a comprar os serviços dos médicos cubanos sob o mesmo condições dolorosas. A esse respeito, Hana Fischer, analista política uruguaia, em seu artigo: O negócio da esquerda latino-americana com os médicos cubanos, afirma o seguinte:

Fidel transformou Cuba em sua propriedade privada. Consequentemente, todas as receitas e todas as dívidas desse país, estritamente falando, são suas. Uma das fontes de renda mais relevantes é o trabalho escravo da grande maioria dos cubanos. Tem recebido apoio de governos amigos que “contratam” determinados profissionais, principalmente os ligados à saúde. O que foi dito pode ser verificado, porque “coincidentemente” esses governantes não negociam com esses cubanos sob um regime de “trabalho livre”, mas sempre como parte de um acordo entre Estados. E Fidel – tal como o rei francês Luís XIV – podia gabar-se e dizer: “Eu sou o Estado”.

Concluindo, a esquerda latino-americana é muito enfática ao denunciar a exploração do homem pelo capitalismo, que também não existe, mas costuma manter um grande silêncio e até chegar à cumplicidade na exploração do homem pelo Estado Socialista.


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