Por: Hugo Marcelo Balderrama - 02/11/2024
Colunista convidado.No início da década de 1940, Friedrich August von Hayek, economista, filósofo e jurista, no seu livro O Caminho para a Servidão, refutou aqueles que ainda tentavam encontrar pontos positivos nos gémeos maus que ameaçavam a Europa (Nazismo e Socialismo). Para Hayek, o facto de os piores elementos sociais, por exemplo, gangsters e bandidos, ocuparem posições importantes em regimes ditatoriais não foi um erro indesejado, mas sim a sua consequência directa, uma vez que o socialismo e o nazismo só podem ser impostos através da força e do crime.
O acadêmico boliviano Hugo Acha, em sua obra: A Guerra Infinita, relata que, na década de 60, Nikita Khrushchev, ditador soviético, reuniu seus generais e serviços de inteligência a fim de encontrar a estratégia para derrotar militarmente os Estados Unidos. A resposta foi: não existe uma via militar, mas existe através da desestabilização que a economia do crime pode alcançar.
A reacção imediata foi fazer com que os seus aliados em diferentes partes do mundo contactassem organizações criminosas. Na região, essa tarefa foi confiada ao G2 cubano. A este respeito, Huber Matos, um dos comandantes históricos da Revolução Cubana, explica que Fidel Castro sempre agiu contrariamente aos interesses dos cubanos, pois desde a Sierra Maestra utilizou as suas armas para invadir quintas, roubar animais e traficar marijuana. Além disso, a sua aliança com a URSS pode ser resumida numa frase: A cocaína é uma arma revolucionária.
Na verdade, no início da década de 1980, Castro, em aliança com Pablo Escobar e Roberto Suarez, colocou a infra-estrutura militar cubana ao serviço do tráfico de drogas, especificamente da cocaína boliviana. Por seu lado, grupos subversivos como o Sendero Luminoso no Peru e as FARC na Colômbia entraram no mercado de drogas ilegais, primeiro como guarda-costas dos peixes grandes, depois como cartéis.
Em 1989, Castro, com uma visão nada pessimista, previu que a sua revolução poderia sobreviver ao colapso da União Soviética. Obviamente, ele estava otimista, porque sabia que os dólares do narcotráfico eram muito mais lucrativos do que os rublos comunistas.
Em 1990, no nascimento do Fórum de São Paulo, as FARC, o ELN e o Sendero Luminoso já eram organizações narcoterroristas bastante poderosas que serviriam como forças invasoras nos processos desestabilizadores que a região sofreu nas décadas seguintes.
Poderíamos resumir que a estratégia do Fórum de São Paulo foi uma espécie de pinça que combinava instituições democráticas com terrorismo de rua. O cocaleiro Morales é o exemplo claro, já que, no início dos anos 2000, utilizou sua cadeira parlamentar para instigar seus membros de gangue a cometerem todo tipo de crimes. Sem falar no seu governo, onde abundam os casos de piratas do asfalto queimando cidades, porém, podemos citar dois episódios, o ataque à província de Cochabamba em janeiro de 2007 e o massacre de Calancha em novembro do mesmo ano, e agora repete a estratégia buscando impunidade para abusos físicos e sexuais cometidos contra menores.
Mas o tráfico de drogas não é o único crime que os socialistas cometem. Temos que acrescentar o roubo da propriedade privada, a geração de pobreza e miséria, a destruição da liberdade de imprensa, a censura do pensamento dissidente e o tráfico de pessoas, por vezes disfarçado de missões médicas e educativas, é o caso de Cuba.
O socialismo deixa os cidadãos numa condição total e absoluta de indefesa. Nas palavras de Carlos Sánchez Berzaín:
O desamparo é pior que a escravidão. É a submissão ou a via crucis testemunhada por milhares de seres humanos sem direitos, sem recursos, sem opções e sem proteção. Esperemos que o mundo democrático possa ajudar a devolver-lhes a liberdade pela qual lutam hoje sozinhos.
Em conclusão, tal como a inflação é sempre e em toda a parte um fenómeno monetário, o socialismo é um fenómeno criminoso. Hayek estava certo, e muito.
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