Sartre e García Márquez, amigos da infâmia

Hugo Marcelo Balderrama

Por: Hugo Marcelo Balderrama - 13/05/2024

Colunista convidado.
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A história oficial da amizade entre Fidel Castro e Jean Paul Sartre diz que o ditador caribenho e o filósofo francês se conheceram em 1960, poucos meses após o triunfo da Revolução Cubana.

Naquela ocasião, Sartre entrevistou Fidel sobre as aparentes grandes conquistas que a revolução trouxe aos cubanos nos seus primeiros meses. As palavras de Castro foram: «E se pedissem a lua? Se me pedissem a lua, significa que estavam precisando dela e teríamos que dar a eles. Tudo o que pedem, seja o que for, eles têm o direito de obter.

A amizade entre Fidel e Sartre incluía também a esposa deste último, Simone de Beauvoir. Lo paradójico es que, mientras Beauvoir gastaba ríos de tinta hablando sobre el feminismo y la liberación de la mujer, Fidel Castro y Ernesto Guevara, El Che, impusieron un régimen de «trabajo voluntario» que se extendía hasta por 18 horas todos los días de a semana. Basicamente, homens e mulheres foram transformados em simples escravos da máquina estatal comunista. Ou seja, o feminismo, desde os seus primórdios, esteve a serviço da ditadura.

Gabriel García Márquez é outro dos escritores que se orgulhava de sua proximidade com Castro.

A lealdade de García Márquez à ditadura cubana é muito bem relatada por Manuel Vázquez Montalbán, jornalista espanhol, já que no momento em que escreve: E Deus entrou em Havana, entrevistou Al Gabo: «Cuba é um símbolo de justiça social. Tenho minhas críticas, mas as faço em particular. Em público, só falta dar os parabéns”, afirmou o Prémio Nobel da Literatura.

Mas a relação do colombiano com Castro não se limitou à admiração, mas chegou à cumplicidade, vejamos:

Juan Reynaldo Sánchez, que foi guardião pessoal de Castro durante duas décadas, relata que García Márquez pertencia ao círculo íntimo do ditador, pois foi um dos poucos que teve acesso à mansão pessoal que Fidel construiu em Cayo Piedra. As visitas incluíram mergulho, pesca e grandes banquetes. Ou seja, Gabito comia e bebia numa mesa sustentada pelo sangue e pelo sofrimento dos cubanos, muitos deles seus colegas da escrita e do jornalismo.

Por outro lado, no final da última década, aproximadamente, entre 2017 e 2019, Normando Valentín, jornalista porto-riquenho, entrevistou em diversas ocasiões John Jairo Velázquez Vázquez, Popeye, um dos pistoleiros de confiança de Pablo Escobar. Ao falar das relações de Escobar com Fidel, o assassino sempre dizia:

Raúl Castro recebeu a cocaína de Pablo Escobar e Fidel tinha conhecimento disso. A ligação entre os dois se deu por meio de cartas escritas pelo meu chefe que entreguei a García Márquez, que era uma espécie de mensageiro. Numa dessas cartas, Pablo Escobar pediu a Fidel um submarino russo para levar drogas do México a Havana e, com esse submarino, a Miami.

Durante anos, duas questões giraram em minha cabeça:

1.- Será que o fato de ser esquerdista encobriu García Márquez das críticas, já que seus romances estão cheios de incesto, abuso de mulheres e pedofilia?

2.- Gabo estaria ciente de tudo o que fazia ou era apenas um idiota útil?

Nunca saberei a resposta às minhas perguntas, mas tenho certeza de que Jean Paul Sartre, Simone de Beauvoir e Gabriel García Márquez fazem parte daqueles que levantaram os mitos em torno de Castro e Che. São construtores de narrativas, amigos da infâmia, admiradores de ditadores e parceiros de criminosos, é hora de desmascará-los.


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