Por: Hugo Marcelo Balderrama - 20/04/2025
Colunista convidado.O progressismo é entendido como uma doutrina que busca uma sociedade mais equitativa, justa, tolerante e inclusiva. Aparentemente, ser progressista é o mesmo que ser um sonhador que luta pelos mais necessitados, excluídos e infelizes de uma sociedade. Não é de se estranhar que os jovens tendam a se tornar militantes dessa doutrina, já que todos os seus postulados apelam aos sentimentos e às emoções. O estágio mais alto do progressismo é o globalismo, pois é melhor ter um panóptico que controle e resolva tudo em nível global do que confiar seus nobres objetivos a governos locais que podem ser substituídos na próxima eleição.
Na Cúpula do Desenvolvimento Sustentável, em setembro de 2015, a ONU apresentou sua Agenda 2030, a versão mais moderna do globalismo. São 17 objetivos que, obviamente, não foram cumpridos, pois são fantasias irrealizáveis, muito típicas da esquerda pós-moderna. Entretanto, dado o fracasso do projeto 2030, os tecnocratas da ONU propuseram o projeto 2045, uma versão expandida da agenda anterior. Vamos dar uma olhada e analisar seus principais pontos.
1. Desenvolvimento sustentável e erradicação da pobreza: promove-se um modelo de desenvolvimento inclusivo que fomente a criação de empregos decentes, o acesso equitativo a recursos e oportunidades e a implementação de políticas públicas que reduzam a diferença entre ricos e pobres. Tradução: mais impostos, regulamentações e subsídios que, na realidade, não combatem a pobreza, mas sim o capitalismo, que, paradoxalmente, é o único caminho possível para as nações alcançarem a prosperidade.
2.- Paz e segurança internacionais: Em um mundo cada vez mais polarizado e com crescentes tensões geopolíticas, a Agenda 2045 busca estabelecer uma estrutura de cooperação que fortaleça a paz e a segurança internacionais. O que isso realmente significa é: nações que são menos livres e sujeitas a uma potência global não democrática. Na verdade, a COVID-19 foi o primeiro grande experimento de uma tecnocracia tirânica impondo suas medidas de controle e vacinas a torto e a direito.
3.- Inovação e cooperação digital: busca regular tecnologias emergentes, promover a cooperação digital e garantir que a inteligência artificial e outras inovações sejam usadas de forma ética e responsável. Está sendo promovida a criação de marcos jurídicos internacionais para regular o uso da inteligência artificial e a proteção de dados, bem como a erradicação do discurso de ódio nas redes sociais. Basicamente, é uma censura global sob o eufemismo de "discurso de ódio", já que todas as posições são válidas, exceto as posições cristãs, conservadoras e pró-vida, que são as mais atacadas nas redes sociais e fóruns da internet.
4.- Jovens e gerações futuras: A inclusão das gerações mais jovens no desenvolvimento global é fundamental para a Agenda 2045. É proposta uma abordagem educacional que promova o pensamento crítico, a inovação e a consciência ambiental. Este é talvez o ponto mais contraditório, porque pelo menos desde a Cúpula do Cairo de 1994, a ONU promove o controle populacional por meio de métodos como o aborto e toda a retórica contra a família. Hoje, grande parte do Ocidente enfrenta taxas de natalidade negativas; por exemplo, de acordo com o PEW Research Center, 70% da população europeia tem mais de 35 anos. Teremos que perguntar aos burocratas da ONU: com quais jovens eles planejam conversar em 2045?
5.- Transformação da governança global: A Agenda 2045 também defende uma reforma do sistema de governança global, especialmente do Conselho de Segurança da ONU, para torná-lo mais inclusivo e representativo. Isso incluiria a adição de novos membros permanentes de diferentes regiões, como América Latina, Ásia-Pacífico e África, a fim de refletir melhor a realidade geopolítica atual. Tradução, que países como Cuba e Irã, cujos traços totalitários são inegáveis, ocupam posições importantes. De fato, Fidel Castro sempre procurou que seus parceiros muçulmanos desempenhassem um papel importante nos conselhos da ONU.
Concluindo, o globalismo não é desenvolvimento, mas uma ideologia devastadora que representa o mais ambicioso projeto de engenharia social e controle total em andamento. Institucionalizada em organizações que, por definição, não têm pátria, território nem povo, essa ideologia busca criar um regime político antidemocrático de alcance global, destruindo claramente nações, liberdades e vidas ao longo do caminho.
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