Por: Carlos Sánchez Berzaín - 20/08/2023
Lula da Silva, usando sua condição de presidente, submeteu a soberania do Brasil a ditaduras que violam os direitos humanos. Suas ações em favor das ditaduras de Cuba, Venezuela e Nicarágua violam o artigo 4º da Constituição brasileira, que estabelece como princípios para as relações internacionais “a independência nacional, a prevalência dos direitos humanos, o repúdio ao terrorismo e ao racismo. .”, que encerra o “estado de direito”, um elemento essencial da democracia.
O artigo 4º da Constituição Política do Brasil dispõe: “A República Federativa do Brasil rege-se em suas relações internacionais pelos seguintes princípios: I independência nacional; II prevalência dos direitos humanos; III autodeterminação dos povos; IV sem intervenção; V igualdade dos Estados; VI defesa da paz; VII solução pacífica de conflitos; VIII repúdio ao terrorismo e ao racismo; IX cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; X concessão de asilo político”.
A democracia no Brasil também é regida pela Carta Democrática Interamericana, tratado constitutivo que em seu artigo 3º estabelece: “Os elementos essenciais da democracia representativa são, entre outros, o respeito aos direitos humanos e às liberdades fundamentais; acesso ao poder e seu exercício sujeito ao estado de direito; a realização de eleições periódicas, livres e justas baseadas no sufrágio universal e secreto como expressão da soberania do povo; o regime plural dos partidos e organizações políticas; e a separação e independência dos poderes públicos”.
Por “Estado de Direito entende-se aquela sociedade, politicamente organizada, onde a lei está acima dos governantes, e não o contrário, e por isso governa igualmente entre todos os cidadãos”. As Nações Unidas definem: “O estado de direito é o princípio de governança no qual todas as pessoas, instituições, entidades públicas e privadas, incluindo o próprio Estado, são regidos e responsáveis por leis que são promulgadas publicamente, aplicadas em bases iguais, são aplicadas de forma independente e também são compatíveis com as normas, princípios e padrões internacionais sobre direitos humanos”.
Lula modificou a política externa do Brasil, suplantando os poderes das Relações Exteriores para substituí-los por seu "Assessor Especial" Celso Amorim, a quem usa como chanceler, embaixador, ministro plenipotenciário e operador extraordinário em benefício das ditaduras de Cuba, Venezuela, Nicarágua e manter a simulação de democracia da ditadura boliviana.
Antes de assumir a presidência, Lula já havia anunciado a reabertura das relações e o reconhecimento da ditadura venezuelana. Cuba e Venezuela são devedores inadimplentes do Brasil e Lula busca "ampliar as relações comerciais". Lula aliou-se à China, Rússia e Irã tornando o Brasil o principal operador do socialismo do século 21 ou Castro Chavismo sob o comando de Cuba.
Lula realizou a reunião da Unasul para receber o ditador Nicolás Maduro, da Venezuela, com um mandado de prisão internacional por tráfico de drogas, chamando de “narrativa” os crimes comprovados de violação de direitos humanos e crimes contra a humanidade cometidos por Maduro. Na 53ª Assembleia Geral da OEA, Lula colocou o Brasil como protetor da ditadura nicaraguense para acobertar a violação de direitos humanos que o ditador Daniel Ortega comete diariamente. Com a marca, o Brasil alcançou a cúpula da União Européia com a Celac para permitir a apresentação do ditador cubano Miguel Diaz-Canel, reconhecido violador dos direitos humanos.
O chanceler Mauro Vieira -operador formal da política externa de Lula- afirmou que os crimes contra os direitos humanos "cometidos pelos regimes de Cuba, Nicarágua e Venezuela é um assunto que precisa ser discutido". Vergonhoso acobertamento e cumplicidade diante de milhares de presos políticos, torturados, perseguidos e injustamente condenados, vítimas do terrorismo de Estado, extorquidos de suas famílias, exilados, despojados de seus bens e de sua nacionalidade.
Lula enviou Celso Amorim a Cuba, que declarou de Havana que "sua visita à ilha foi "uma determinação expressa do presidente Lula" que simboliza "o interesse (do presidente brasileiro) nas relações políticas entre as duas nações" e anunciou que "existem várias missões" que irão a Cuba, entre as quais destacou uma missão de empresários, um grupo de especialistas do Ministério da Saúde ou "algumas missões técnicas".
Todas essas ações do presidente do Brasil violam a Constituição do Brasil e a Carta Democrática, ele está governando fora da lei e dos interesses brasileiros. Lula se colocou acima da lei para servir as ditaduras ao submeter a soberania do Brasil e acabar com o estado de direito.
*Advogado e Cientista Político. Diretor do Instituto Interamericano para a Democracia
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