Lula e Petróleo. Com novidades na frente

Pedro Corzo

Por: Pedro Corzo - 25/06/2023

Colunista convidado.
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Os presidiários Luis Inácio Lula da Silva e Gustavo Petro são, a meu ver, dois sujeitos condizentes com os compromissos que assumiram em fases anteriores de suas vidas, os que erraram, foram eles que os escolheram pensando que haviam mudado de critérios e assumiu novas obrigações.

Não sei se Da Silva e Petro eram marxistas convictos ou simples inimigos da sociedade em que tiveram que crescer, mas tanto suas declarações quanto suas ações governamentais atestam suas aspirações de promover a construção de um mundo contrário aos valores de um setor importante para seus eleitores.

Aparentemente, a má memória sofrida por muitos latino-americanos os levou a esquecer que o presidente brasileiro é um político corrupto sancionado por um tribunal de justiça de seu país, além de ter sido o principal promotor do Foro de São Paulo, instrumento que os Castro O chavismo se espalhou pela América Latina e criou organizações como a UNASUL, a ALBA e a CELAC, todas com o objetivo de estender a influência de regimes ditatoriais ou paraditatoriais, como descreve o cientista político Carlos Sánchez Bersaín, aos governos surgidos em regimes eleitorais despotismo .

Com toda a franqueza, não devemos nos surpreender com a defesa de Da Silva dos regimes da Nicarágua, Venezuela e Cuba, essas ditaduras são seus aliados naturais. A falha é de quem não pensa como ele e o elege, aliás, nos círculos internacionais, que regularmente o favorecem, por causa do politicamente correto, do trabalhador que se tornou presidente.

Por sua vez, o presidente colombiano, Gustavo Petro, era membro do grupo insurgente Movimiento 19 de Abril, não acreditando que o sistema de governo pudesse ser mudado por meio de eleições, um grave erro, já que por meio de eleições ele seria prefeito da capital e senador da República.

O povo concedeu a Petro no ano passado a maior honra a que um cidadão pode aspirar, a presidência, porém, em vez de admitir que errou ao pegar em armas e lutar contra a democracia imperfeita, em recente discurso defendeu o símbolo vergonhoso do socialismo real , inspirada na União Soviética e na Cuba dos irmãos Castro.

O presidente disse na Alemanha: “Depois de uma grande noite neoliberal, como dizemos, neoconservadora, dizem outros, que, durante décadas, três ou quatro décadas, dominou o mundo, fundamentalmente precisamente a partir dessa localização geográfica e da demolição do prédio de Berlim muro, trouxe uma onda neoconservadora, uma destruição do movimento operário em escala mundial, um enfraquecimento formidável e depois uma perda de valor da esquerda”.

A nostalgia do presidente Petro por um período da história que sintetiza o ignominioso Muro de Berlim mostra que ele é um homem de critérios firmes, que suas concepções políticas e ideológicas não mudaram, por isso os colombianos devem se preparar para mudanças importantes no país, desde seu primeiro magistrado é um líder que continua acreditando nas opções que abraçou aos 17 anos no M-19, propostas que os colombianos rejeitaram por décadas.

Repito meu comentário de alguns meses atrás. O Sr. Gustavo Petro tem mais potencial do que Hugo Chávez para influenciar os assuntos políticos do hemisfério, sua abordagem a Nicolás Maduro pode ser desastrosa para os melhores interesses da Colômbia, assim como Cuba foi para a Venezuela.

Segundo o escritor José Antonio Albertini, as amizades que costumam ser duradouras são as que se estabelecem na adolescência, acrescentou, assim como os compromissos políticos e sociais que alguns assumem na juventude, dívidas que parecem nos acompanhar até a dia do acerto de contas, independentemente dos juros a serem pagos. Creio, com pesar, que Da Silva e Petro parecem ser sinais firmes da imutabilidade daquelas esperanças que transformamos em deveres.

Essa reflexão tem, é claro, arestas desagradáveis ​​que geram inquietações, pois às vezes são forjadas alianças com indivíduos que na juventude lutaram por postulados que negam, correndo até mesmo riscos para conseguir uma espécie de reparação; porém, esses indivíduos têm à sua disposição a experiência de ter sido associado a esforços contrários à dignidade humana e de reparação é uma obrigação quando se comete um erro.


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