Por: Carlos Sánchez Berzaín - 26/01/2025
Para-ditatoriais são os “governos democráticos que servem as ditaduras do crime organizado, apoiam-nas, procuram legitimá-las, não cumprem as obrigações internacionais, traem e prejudicam os seus interesses nacionais”. São os presidentes do México, do Brasil, da Colômbia e de Honduras que colocaram o governo, o país, a política externa e os recursos internos a serviço das ditaduras que, sob o comando de Cuba, subjugam os povos da Venezuela, da Nicarágua e da Bolívia. A política externa dos Estados Unidos sob Trump sinaliza o fim do jogo duplo de beneficiar as democracias e ao mesmo tempo servir ao crime.
Com o rótulo de “anti-imperialismo”, narrativa populista, terrorismo de Estado com prisioneiros políticos e sequestros para trocá-los pelos seus criminosos, o socialismo do século XXI sustenta e ataca incansavelmente as democracias das Américas com tráfico de drogas, migrações forçadas, crime comum, drogas tráfico de pessoas, desestabilização política, ataque aos princípios e valores da liberdade e outras formas de “guerra híbrida”. As ditaduras do socialismo do século XXI atacam, invadem e ameaçam toda a região, apoiadas por governos democráticos paraditatoriais, cujos líderes trouxeram ao poder para funcionarem como seus satélites.
É necessário repetir que a guerra híbrida é “a estratégia em que se utilizam todos os tipos de meios e procedimentos, força convencional ou meios irregulares (insurgência, terrorismo, migração, crime comum, tráfico de drogas, cibernética…)”, é “uma novo tipo de guerra que considera a guerra assimétrica (exército regular contra força insurgente) a ser superada”, e que tem a “vantagem de que o agressor pode evitar ser culpado pelo ataque”.
A realidade objetiva atual e a realidade histórica dos últimos anos demonstram que a estabilidade dos países democráticos das Américas foi e está sendo atacada com migrações forçadas, tráfico de drogas, crime comum organizado e transnacional, tráfico de pessoas, desestabilização interna, assassinato de reputação de líderes democráticos, assassinatos físicos, terrorismo e um sistema concebido para enfraquecer os princípios e valores fundados nos direitos humanos e nas liberdades individuais.
A vítima mais importante são os Estados Unidos, mas países como Argentina, Peru, Colômbia, Brasil, Equador, Chile, Panamá, Paraguai, Costa Rica, El Salvador, República Dominicana, na verdade todos os países democráticos das Américas, sofreram e sofrem os efeitos das migrações forçadas produzidas e manipuladas pelas ditaduras do socialismo do século XXI, do tráfico de drogas operado a partir dos narcoestados de Cuba, Venezuela, Bolívia e Nicarágua, da penetração de organizações criminosas que são instrumentos operacionais deste sistema de desestabilização permanente que funciona com para-ditaduras.
O crime organizado que controla Cuba, Venezuela, Bolívia e Nicarágua utiliza a soberania, a representação internacional e a política para destruir democracias. Nesta agressão, procura e consegue – através de eleições em países democráticos – a formação de governos sob o seu controlo, patrocinando e promovendo candidatos que, uma vez no poder, transformam o país num país paraditatorial. São os casos de López Obrador e agora da sua sucessora Claudia Sheinbaum no México, de Luis Inácio Lula da Silva no Brasil, de Gustavo Petro na Colômbia e de Xiomara Castro nas Honduras. Agora desmarcado Gabriel Boric, do Chile.
Os governos paraditatoriais abraçam e beneficiam de todo o sistema democrático e a partir daí apoiam as ditaduras, este é o seu jogo duplo. Isto é demonstrado pela posição do México, Brasil, Colômbia e Honduras em relação às eleições na Venezuela com o seu apoio à ocupação e invasão que - fraudes e crimes envolvidos - perpetra Nicolás Maduro como ponta de lança do socialismo do século XXI sob o comando da ditadura de Cuba.
Na esfera económica e comercial, beneficiam de todo o sistema democrático de mercado livre, ao mesmo tempo que apoiam grupos criminosos ligados a ditaduras como o ELN e as FARC na Colômbia; cartéis de drogas no México que controlam estados daquele país como narco-estados; disfarçam e patrocinam operações da China, da Rússia e do Irão; apoiam a invasão russa da Ucrânia; condenam a defesa de Israel contra o terrorismo; Atacam o sistema económico internacional e propõem alianças globais com ditaduras como fez Lula; ou quebram tratados de extradição para proteger traficantes de droga como Castro nas Honduras.
Governos paraditatoriais têm os Estados Unidos como mercado e participam em operações de ataque híbrido. Por exemplo, o México, que condecorou o ditador cubano Diaz Canel, recebeu com honras e não executou o mandado de prisão internacional contra Nicolás Maduro, protegeu Evo Morales retirando-o da Bolívia para evitar a sua prisão, e contrata pessoal escravo do ditadura Castro e encobre os crimes de Daniel Ortega dando-lhe estatuto de governo legítimo...
*Advogado e Cientista Político. Diretor do Instituto Interamericano para a Democracia
As opiniões aqui publicadas são de inteira responsabilidade de seus autores.