Por: Carlos Sánchez Berzaín - 20/01/2025
A liderança de María Corina Machado libertou o povo venezuelano e levou Edmundo González Urrutia à presidência da Venezuela, derrotando continuamente o socialismo do século XXI durante mais de dois anos, até que os venezuelanos tenham um Presidente Constitucional que não assume o cargo. A realidade objectiva mostra que a oposição funcional retomou iniciativas de apoio ao crime organizado. É urgente evitar que a oposição funcional impeça a liberdade da Venezuela.
María Corina Machado assumiu a estratégia de enfrentar a ditadura da Venezuela e com ela o socialismo do século XXI em todas as Américas sob as regras do sistema de ditadura eleitoral do castro-chavismo. Venceu as primárias com 92,56% em outubro de 2023, derrotando a oposição funcional. Quando a ditadura a desqualificou ilegalmente, ela continuou lutando, propondo a candidatura de Corina Yoris, e quando também foi desclassificada, conseguiu ter como candidato Edmundo González Urrutia, que havia sido aceito pelo regime. Ele então produziu o incrível endosso de sua popularidade e derrotou Maduro em 28 de julho de 2024 com mais de dois terços dos votos.
Quando Maduro falsificou a narrativa de ter vencido as eleições, Machado destruiu-o com o controlo eleitoral dos seus “comanditos”, mais de 600 mil venezuelanos que documentaram minuto a minuto o real resultado das eleições e que expuseram a ditadura. Quando o socialismo do século XXI optou pelo terrorismo de Estado e pelos crimes contra a humanidade, María Corina resistiu permanecendo em território venezuelano.
O Castro-Chavismo pretendia isolar Machado detendo, exilando, torturando e matando o seu séquito mais confiável, a fim de substituí-lo por oponentes funcionais, que são conhecidos operadores da ditadura venezuelana que sempre aparecem como confrontadores do regime quando na realidade o ajudam. . à sua permanência indefinida. A estratégia do socialismo do século XXI é colocar “as pessoas comuns” no controlo das decisões do Presidente Constitucional para impedi-lo de cumprir o mandato soberano que recebeu. Talvez trazer isso para um diálogo, outras mesas de negociação, mais do mesmo, para que o crime organizado continue a deter o poder.
Isto explica a não tomada de posse do presidente eleito Edmundo González Urrutia, que já deveria estar exercendo o cargo de Presidente Constitucional da República Bolivariana da Venezuela e atuando desde o exterior, para recuperar a soberania de seu país.
Desde 10 de janeiro de 2025, a Venezuela – com a paródia de Maduro sendo empossado como presidente – é um país ocupado por um grupo criminoso/militar de invasão que busca manter o controle interno e a representação internacional do país.
A Venezuela está sujeita a uma ocupação armada, com violência, intimidação e anúncio público de Maduro de que possui as armas de Cuba e da Nicarágua para apoiar os seus crimes e para continuar a usurpar a riqueza venezuelana para manter essas ditaduras e continuar a ser uma plataforma de agressão contra o democracias das Américas.
González Urrutia comparece como convidado à posição do presidente Donald Trump nos Estados Unidos, mas teve que fazê-lo como Presidente Constitucional da Venezuela propondo ações para a libertação de sua pátria. Não tomou posse como Presidente Constitucional mas deve assumir, apesar dos “vereadores funcionais da oposição” que desencadearam a campanha pela não repetição do caso Guaidó, sem considerar que o chamado ex-presidente legítimo nunca ganhou uma eleição popular eleição e isso apesar de estar em território venezuelano e nunca ter exercido seus poderes como Comandante-em-Chefe das Forças Armadas e Chefe de Estado.
Os opositores funcionais acompanham uma extensa campanha na imprensa e nas redes sociais que desencadeou o socialismo do século XXI ao tentar assassinar a reputação de María Corina Machado. Eles simulam a seriedade, ao mesmo tempo que dão tempo ao crime organizado para aprofundar o terrorismo de Estado e procurar negociações. Chegaram mesmo a ignorar o Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela no Exílio com o argumento de que “foi eliminado do Estatuto de Transição”, tentando representar a posição de ex-presidentes da América Latina que certamente não acompanham tal impostura.
Como o Presidente Eleito não toma posse como Presidente Constitucional, os mais de dois anos de sucessos do povo venezuelano com a liderança de María Corina Machado parecem depender hoje da visão e da nova política externa do Presidente Donald Trump e do seu Secretário de Estado. Estado Marco Rubio, espero que não seja influenciado pelos mesmos oponentes funcionais que permitiram que Maduro permanecesse no poder em 2019 e além.
Repetir a manobra do crime organizado seria óptimo para o socialismo do século XXI, mas marcaria a derrota da democracia nas Américas.
*O autor deste artigo é Advogado e Cientista Político e Diretor do Instituto Interamericano para a Democracia.
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