Bolívia, você não precisa pedir peras ao olmo

Hugo Marcelo Balderrama

Por: Hugo Marcelo Balderrama - 14/10/2024

Colunista convidado.
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A crise económica na Bolívia já não pode ser escondida. O desastre é tão grande que até a ditadura teve que admitir, Marcelo Montenegro, ministro da área, ficou encarregado de falar em inflação de 5%. Obviamente, culparam a situação internacional, as alterações climáticas e até os vendedores nos mercados populares. Todos são responsáveis ​​pela alta dos preços, pela falta de dólares e pela miséria das casas, sim, todos, menos eles, que fazem tudo “certo”.

Porém, aqui cabe uma pergunta: é possível que o MAS, em alguma de suas facções, mude de rumo, como fez Víctor Paz com o MNR?

A resposta é simples: Não.

Acontece que o MAS, por mais que se apresente como representação e voz dos povos indígenas da Bolívia, é, na realidade, uma força de ocupação que responde a uma franquia criminosa transnacional chamada: Socialismo do Século XXI. Logicamente, os seus interesses não são os interesses dos bolivianos.

O seu único objectivo é a permanência indefinida no poder, para o qual têm um plano tripartido: 1) Modificações totais das constituições dos países, 2) Desinstitucionalização das organizações de segurança e defesa (Polícia e Forças Armadas), 3) Centralização da actividade económica. nas mãos do governo central. Na verdade, a promulgação da Constituição do Estado Plurinacional é o culminar dos seus planos e, ao mesmo tempo, a génese da crise económica que o país atravessa.

Muitos opositores costumam criticar o MAS por ter desperdiçado a bonança do gás, assumindo que a questão era sobre a falta de conhecimento em questões económicas. No entanto, esta é uma leitura muito míope e, pior ainda, benevolente da gestão do cocaleiro Morales e da atual. Vejamos:

Devemos compreender que os governantes que aderem ao Socialismo do Século XXI eliminam primeiro qualquer possibilidade de progresso e desenvolvimento pessoal. Em segundo lugar, transformam o Estado numa grande agência de emprego para os seus militantes, logo, elevam a despesa pública a níveis astronómicos. Terceiro, sob qualquer subterfúgio, retiram dólares de circulação e aumentam a quantidade de moeda nacional em circulação para criar booms fictícios. Finalmente, eles anulam a propriedade privada. Tudo isso é a forma mais eficiente de gerar massas de pobres, miseráveis, dependentes e escravos.

A este respeito, o economista peruano Ian Vásquez, em seu artigo: Escravos cubanos para exportação, afirma que:

Existem mais de 8.600 médicos cubanos no Brasil. Cuba tem esses tipos de acordos com países ao redor do mundo. Alguns pagam mais. Segundo o Arquivo de Cuba, Cuba recebe US$ 25 mil por mês da Arábia Saudita para cada cirurgião plástico. Na verdade, Cuba não se limita apenas a exportar o trabalho dos médicos. Envia cerca de 65 mil profissionais de todos os tipos. Para Cuba, isto tornou-se um negócio essencial. Em 2016, os rendimentos dos profissionais cubanos enviados ao exterior representaram uma receita para o Estado cubano de 8.000 milhões de dólares, mais que o dobro do que o país ganha com o turismo. A exportação dos serviços dos profissionais cubanos é a fonte de rendimento mais importante e a moeda forte do regime.

Mas não é necessário olhar para Cuba, basta fechar os olhos ao comportamento de Arce Catacora e Evo Morales, que na sua actual disputa de poder utilizam os seus militantes como grupos de choque e até como escravos sexuais.

Concluindo, o governo não tem solução para a crise, pois a sua verdadeira estratégia é agravá-la. Não somos governados por estadistas, mas por um bando de bandidos que fizeram da pobreza o seu negócio.


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